Na contramão da maioria dos municípios, Padre Bernardo não elegeu nenhuma representante feminina
- Natália Vergütz
- 11 de dez. de 2023
- 2 min de leitura
Em Padre Bernardo, infelizmente, não teremos nenhuma representante das mulheres no legislativo do município para a próxima legislatura. O que não implica, é claro, que as mulheres não continuem participando da política local de outras formas.

No pleito anterior, foram 37 candidatas à Câmara de Vereadores de Padre Bernardo. Destas, foram eleitas duas mulheres. Esse ano, o número de candidatas aumentou para 42. Três obtiveram êxito no percentual de votos gerais, mas acabaram perdendo posição, devido às regras de distribuição de percentual partidário.
- Inserção das mulheres na política no Brasil
A inserção da mulher na política brasileira se deu através do Código Eleitoral de 1932, que instituiu que as mulheres poderiam votar e serem votadas. No entanto, o voto era condicionado a uma série de restrições: poderiam votar apenas as mulheres casadas - com autorização dos maridos -, as viúvas e solteiras que tivessem renda própria. Somente em 1934, essas restrições foram eliminadas.
Na prática, porém, a pressão sobre a jornada de cuidados com a casa, os filhos e o marido, não permitiam que a mulher ocupasse os espaços de debate político. Além disso, visto como um espaço tipicamente masculino, as mulheres que “ousavam” ocupá-lo eram vistas como “radicais”.
Em 1995, o PL 9100/95 regulamentou as regras eleitorais e indicou que fossem previstos percentuais de vagas a serem preenchidas por mulheres. Esse percentual era de 20% que, após aprovação da Lei das Eleições, foi extendido para 25% e 30%.
Apesar do avanço, ainda havia uma disparidade muito grande do aporte financeiro distribuído pelos partidos para as candidaturas masculinas e femininas. Por isso, em 2018, foi estabelecido que deveria se equiparar o percentual mínimo de candidaturas femininas ao mínimo dos recursos do fundo partidário. Isto é, 30%.
O fim das coligações nas eleições proporcionais para as Casas Legislativas, aprovado esse ano, também incide positivamente sobre a participação feminina. Se, antes, o preenchimento da cota poderia se dar por coligações, agora deve ser feita por cada partido, o que aumenta as chances de mais mulheres na política.
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